quarta-feira, 9 de outubro de 2013

7ª aula do Curso Abordagens do Conhecimento: "Estudos de Caso – Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade"


O que se chama de “estudo de caso” pode ter vários sentidos.
Mais comumente, na área da saúde, ao se falar em “estudo de caso” costuma-se dizer respeito a uma apresentação e discussão de um caso clínico, ou ainda eventualmente determinada pesquisa científica sobre um caso clínico.
No entanto, fora do campo da saúde e menos frequentemente também nesse campo são usados outros estudos de caso. Assim, podemos ter:

1 – Estudo de caso clínico: apresentação, discussão, pesquisa.
2 - Pesquisa por estudo de caso por método qualitativo do tipo “grounded theory”.
Este é um método onde a formulação de uma hipótese ocorre apenas após a coleta de dados e subsequente determinação de categorias que aparecem no transcorrer dessa coleta.
3 - Case Study (conforme John F. Kennedy School) – busca de resolução de problemas através do exercício de tomadas de decisão nos campos político, social e econômico.
4 - Pesquisas e levantamentos variados sobre “um caso”.
5 - Cases exemplos para discussão em aula.
6 - Etc., etc., (‘causos’) – abre-se o termo “estudo de caso” para discursos, narrativas ou contextos os mais variados.

Procuramos construir um formato de ‘estudo de caso’ que caracterizamos como ‘intertransdisciplinar’, de modo que permita um exercício que vá além das barreiras multidisciplinares do conhecimento.
A Escola J. F. Kennedy de Harvard trabalha com alguns critérios para estudo de caso:
-          Situação real.
-          Decisão específica que precisa ser feita por um gerente/administrador.
-          Avaliar pressões e considerações, informações incompletas e contraditórias. Ou seja, não desprezar esses fatores, mas, pelo contrário, torná-los parte do estudo.
-          Quem é o tomador de decisão.
-          Quais seus objetivos.
-          Quais os atores e seus objetivos.
-          Quais os fatores-chave.
-          Quais fatores favoráveis e desfavoráveis
-          Quais as linhas de ação
-          Prováveis consequências de cada ação
-          Desenvolver argumentos
-          Não temer errar ou ser desafiado

A partir daí formulamos os seguintes itens no estudo de caso "intertransdisciplinar":

1 - Objetivo ou objetivos
                - Qual o tema aparente.
                - Se há temas não aparentes.
                - níveis de realidade e dilemas.
2                   - Quais os atores e intenções.
3                   - Quais ferramentas e obstáculos; 
                  dificuldades/facilidades.
4                   - Quais vínculos:
     - entre atores, fatores, objetivos.
5                    5  - Quais disciplinas/instituições; qual o cenário.
6                     – argumentações; releituras.
      7 -  Linhas de ação/caminhos.
      8 -   Importa mais o exercício do que a decisão final. 
              Não há resposta certa.

Mesmo que o professor conheça uma solução ou uma resposta mais adequada para o caso, não interessa essa “resposta certa”, mas importa mais a discussão em si e os caminhos apontados pelo grupo interdisciplinar que faça a discussão. Se a discussão será mais especificamente interdisciplinar ou se terá também derivações transdisciplinares vai depender do próprio grupo. Como diz o Dr. Patrick Paul, a transdisciplinaridade implica em “subjetividade” e “cultura”, além de dar espaço à complexidade, níveis de realidade e paradoxos.  



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