O que se chama de “estudo de caso” pode ter vários sentidos.
Mais comumente, na área da saúde,
ao se falar em “estudo de caso” costuma-se dizer respeito a uma apresentação e
discussão de um caso clínico, ou ainda eventualmente determinada pesquisa científica
sobre um caso clínico.
No entanto, fora do campo da saúde
e menos frequentemente também nesse campo são usados outros estudos de caso.
Assim, podemos ter:
1 – Estudo de caso clínico: apresentação, discussão, pesquisa.
2 - Pesquisa por estudo de caso por
método qualitativo do tipo “grounded theory”.
Este é um método onde a formulação de uma hipótese ocorre
apenas após a coleta de dados e subsequente determinação de categorias que
aparecem no transcorrer dessa coleta.
3 - Case Study (conforme John
F. Kennedy School) – busca de resolução de problemas através do exercício de
tomadas de decisão nos campos político, social e econômico.
4 - Pesquisas e levantamentos
variados sobre “um caso”.
5 - Cases exemplos
para discussão em aula.
6 - Etc., etc., (‘causos’) – abre-se
o termo “estudo de caso” para discursos, narrativas ou contextos os mais
variados.
Procuramos construir um formato de ‘estudo de caso’ que caracterizamos como ‘intertransdisciplinar’, de modo que permita um exercício que vá além das barreiras multidisciplinares do conhecimento.
A Escola J. F. Kennedy de Harvard
trabalha com alguns critérios para estudo de caso:
-
Situação real.
-
Decisão específica que precisa ser feita por um
gerente/administrador.
-
Avaliar pressões e considerações, informações incompletas e contraditórias. Ou seja, não desprezar esses
fatores, mas, pelo contrário, torná-los parte do estudo.
-
Quem é o tomador de decisão.
-
Quais seus objetivos.
-
Quais os atores e seus objetivos.
-
Quais os fatores-chave.
-
Quais fatores favoráveis e desfavoráveis
-
Quais as linhas de ação
-
Prováveis consequências de cada ação
-
Desenvolver argumentos
-
Não temer errar ou ser desafiado
A partir
daí formulamos os seguintes itens no estudo de caso "intertransdisciplinar":
1 -
Objetivo ou objetivos
- Qual o
tema aparente.
- Se há
temas não aparentes.
- níveis
de realidade e dilemas.
2 2 - Quais os atores e intenções.
3 3 - Quais ferramentas e obstáculos;
dificuldades/facilidades.
dificuldades/facilidades.
4 4 - Quais vínculos:
- entre
atores, fatores, objetivos.
5 5 - Quais disciplinas/instituições; qual o cenário.
6 6 – argumentações; releituras.
7 - Linhas de ação/caminhos.
8 -
Importa mais o exercício do que a decisão final.
Não há resposta certa.
Não há resposta certa.
Mesmo que o professor conheça uma
solução ou uma resposta mais adequada para o caso, não interessa essa “resposta
certa”, mas importa mais a discussão em si e os caminhos apontados pelo grupo
interdisciplinar que faça a discussão. Se a discussão será mais especificamente
interdisciplinar ou se terá também derivações transdisciplinares vai depender do
próprio grupo. Como diz o Dr. Patrick Paul, a transdisciplinaridade implica em “subjetividade”
e “cultura”, além de dar espaço à complexidade, níveis de realidade e
paradoxos.
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