terça-feira, 18 de setembro de 2018

“Neuro-Narrativa e Neuro-Discurso” - Curso de Extensão


A Medicina Narrativa é um novo campo da área da saúde que procura trabalhar a interface entre literatura e medicina, no sentido de aprimorar no profissional de saúde a maneira de utilizar a linguagem na relação profissional-paciente não só nos aspectos ligados à anamnese, mas também no acolhimento e abordagem inicial e contínua do paciente, bem como nas reflexões e procedimentos a respeito de medidas terapêuticas a serem adotadas. De maneira similar, esse processo também pode elaborar a correlação entre profissionais de saúde.
Noções de neurociência a respeito de cognição permitem associar a atividade narrativa e suas correlações com o aprimoramento das capacidades cognitivas, tanto do profissional, como do paciente. 

Local: Anfiteatro Lemos Torres.

ATENÇÃO: A DATA INICIAL DO CURSO É 1 DE OUTUBRO!

Horário: segundas-feiras, 12:00 às 14 horas, de 1 de outubro a 26 de novembro (exceto em 19 de novembro – nesta data não haverá aula).

1/10 – Neuro-Narrativa e Neuro-Discurso” - Introdução
8/10 – Neuro-Narrativa e Neuro-Discurso – aula 1
15/10 – Neuro-Narrativa e Neuro-Discurso – aula 2
22/10 – Neuro-Narrativa e Neuro-Discurso – aula 3
29/10 – Neuro-Discurso do Fenômeno Humano
05/11 –  Seminário – Os seminários serão sobre textos de vários autores.
12/11 – Seminário
26/11 - Seminário

Inscrições:
http://www.unifesp.br/reitoria/proex/acoes/cursos-de-extensao-e-eventos/cursos-e-eventos

Bibliografia
Abdounur, O. J. – Matemática e Música: o pensamento analógico na construção de significados. Escrituras Editora, 1999.

Adorno, T. – Indústria Cultural e Sociedade. Editora Paz e Terra, 2010.

Aristóteles – Arte Retórica e Arte Poética. Edições de Ouro, 1970.

Boyd, Brian – On The Origin of Stories – Evolution, Cognition and Fiction. Harvard University Press, 2010.

Bauman, Z. – Modernidade e Ambivalência. Jorge Zahar Editor, (1991) 1999.

Bauman, Z. – O Mal-estar da pós-modernidade. Jorge Zahar Editor, 1997.

Bennet, M.R. & Hacker, P.M.S. – Philosophical Foundations of Neuroscience. Blackwell Publishing, 2010.

Canguilhem, G. – O normal e o patológico. Forense Universitária, (1996) 2009.

Charaudeau, P. & Maingueneau, D. – Dicionário de Análise do Discurso. Editora Contexto, 2008

Charon, Rita – Narrative Medicine – Honoring the stories of Illness. Oxford University Press, 2006.
Duarte, R. (org.) – Belo, Sublime e Kant. Editora UFMG, 1998.

Eco, U. – As Formas do Conteudo. Editora Perspectiva, 1974.

Eco, U. – Tratado Geral de Semiótica. Editora Perspectiva, (1976) 1991.

Eco, U. – A Estrutura Ausente. Editora Perspectiva, 1991.

Edwards, B. – Desenhando com o lado direito do cérebro. Ediouro, 2000.

Foucault, M. – L’archéologie du savoir. Éditions Gallimard, 1969.

Foucault, M. – As palavras e as coisas. Editora Martins Fontes, (1981) 2002.

Foucault, M. – A Ordem do Discurso. Edições Loyola, 2009 (1971).

Fourez, G. – A Construção das Ciências – Introdução à Filosofia e à Ética
das Ciências. Editora Unesp, (1991) 1995.

Frank, A. W.  – The Wounded Storyteller. University of Chicago Press, 1995. 

Frascina, F. et al. – Modernidade e Modernismo – a pintura francesa no século XIX. Cosac & Naify Ed. 1998.

Freud, S. – O mal-estar na Civilização. Imago Editora, 2002.

Hawkins, A. H. & Mc Entyre, M. C. – Teaching Literature and Medicine

Huizinga, J. – Homo Ludens. Editora Perspectiva, 2010.

Ianni, O. – Enigmas da Modernidade-Mundo. Editora Civilização Brasileira, 2000.

Jourdain, R. – Música, Cérebro e Êxtase. Editora Objetiva, 1998.

Kleinmann, A.  – The Ilness Narratives suffering healing & the Human Condition.
Leão, L. – Interlab – Labirintos do Pensamento Contemporâneo. Editora Iluminuras, 2002.

Mehl-Madrona, Lewis – Healing the mind through the power of story. Bear & Company, 2010. 

Mehl-Madrona, Lewis – Narrative Medicine - The Use of History and Story in the Healing Process. Bear & Company, 2007.

Navarro, P (org.) – O discurso nos domínios da linguagem e da história. Editora Claraluz, 2008.

Rossi, P. – A Ciência e a Filosofia dos Modernos. Editora Unesp, 1992.

Nos seminários serão usadas obras literárias de autores diversos.










segunda-feira, 2 de abril de 2018

Medicina Narrativa: processo interdisciplinar no cuidado à Saúde. Aula 1 – Parte 2.



     A Medicina Narrativa foi criada, com essa designação oficialmente, pela Profa. Dra. Rita Charon da Columbia University de New York, no ano 2000, como já foi falado. A Dra. Charon foi influenciada por seu pai, que era médico na cidade de Providence, nos Estados Unidos, onde fazia uma medicina do tipo que chamaríamos aqui de “médico do bairro” ou “médico de família”, num sentido mais tradicional. Antes de optar pela Medicina, Dra. Charon estudou Biologia e Educação Infantil na Fordham University, tendo se formado em 1970. De 1971 a 1973 foi professora e ativista pela paz. Cursou Medicina na Harvard University de 1974 a 1978, sendo que completou a Residência Médica em Medicina Social no Bronx, em New York. Em 1982 começou a lecionar na Columbia University. Em 1999 concluiu doutorado em Literatura Inglesa. No ano 200 começou o Programa em Medicina Narrativa. Em 2009 iniciou o Mestrado Lato Senso em Medicina Narrativa.
     Nas palavras da Dra. Charon, Medicina Narrativa é “Medicina praticada com competência narrativa para reconhecer, absorver, interpretar e ser tocado pelas histórias (acrescentamos ‘e estórias’) do adoecer (e acrescentamos ‘e dos doentes’).
      Com essa prática, pretende-se: aumentar a capacidade de percepção clínica; levar a um cuidado mais humano, mais ético e mais efetivo.
     A Medicina Narrativa veio da confluência de:
- Humanidades e Medicina
- Cuidados Primários em Medicina
- Narratologia contemporânea
                (estudo de estruturas e elementos das narrativas)
- Estudos de relação médico-paciente.
     Além desses fatores, acrescente-se:
-       Literatura e Medicina
-       Cuidado centrado no vínculo indivíduo/comunidade/profissional da saúde

Conforme Dra. Charon:
“O nome ‘Medicina Narrativa’ veio a mim como um termo único para significar uma prática clínica configurada pela teoria e prática de ler, escrever, contar e receber “estórias”. 

Medicina Narrativa multiprofissional:
Profissionais da saúde precisam de meios para:
-       Singularizar o cuidado ao paciente, não só biologicamente.
-       Reconhecer/perceber a ética profissional e os deveres pessoais ao doente.
-       Produzir “correlações terapêuticas” com os pacientes, entre os profissionais, com o público. Isso significa compartilhar diagnósticos, decisões, diretrizes.  

Hoje em dia, a falta de singularidade, humildade, responsabilidade e empatia
...pode ser provida, em parte, pela Medicina Narrativa.

Medicina Narrativa Interdisciplinar:
O que é multiprofissional pode ser multidisciplinar ou interdisciplinar.
     Conforme já referido anteriormente, uma forma de abordar a convivência entre diferentes áreas de saúde, ou disciplinas, é considerá-las dentro de “multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade”. Esses conceitos não devem ser confundidos com “multiprofissional”, embora possa haver concomitância entre esses termos. A atividade multiprofissional pode ser multidisciplinar ou interdisciplinar. Ambas as formas de convivência têm seus espaços no processo de conhecimento e de aplicação prática do conhecimento. No sentido buscado pelas práticas narrativas, a atividade multiprofissional aproxima-se mais do processo interdisciplinar, na medida em que procura afinar a linguagem entre os diferentes profissionais. Mas há uma oscilação entre multidisciplinar e interdisciplinar, o que não significa um problema. Essa oscilação pode ser colaborar no processo de crescimento da atividade narrativa em interface com a prática profissional em saúde.
     A Medicina Narrativa pode também representar uma recuperação do papel da anamnese no século 21. O trabalho com as práticas narrativas não significa uma volta à medicina do século XIX, quando praticamente não havia exames subsidiários. A Medicina do século 21, com sua tecnologia, pode muito bem se servir das práticas narrativas, inclusive na própria anamnese, agora atenta a novos paradigmas e acréscimos ao processo diagnóstico.
     Protocolos médicos são boas ferramentas em mãos de quem raciocina a respeito de sua aplicação, adapta-os à singularidade do paciente e de sua cultura. Isso é possível a partir de uma boa anamnese, e do exercício narrativo. O uso do treino narrativo no atendimento em saúde não implica em necessariamente despender muito mais tempo de atendimento ou de ouvir uma extensa história/estória do paciente, mas estar atento e aberto à percepção/recepção de algum dado ou fator que esteja além do convencional e que possa ser importante no processo saúde/doença/adoecer em questão.






sexta-feira, 9 de março de 2018

Medicina Narrativa: processo interdisciplinar no cuidado à Saúde. Aula 1 - Parte 1



Este curso está inserido no Setor de Neuro-Humanidades da Disciplina de Neurologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo.

O Setor de Neuro-Humanidades trabalha com as intersecções entre Neurociências e Ciências Humanas. No sentido amplo do termo, Neurociências, no plural, é uma designação que engloba os diversos campos de estudo com o prefixo “neuro”, além da Neurociência, no singular, propriamente dita, que se refere mais frequentemente à Ciência Básica de Pesquisa assim denominada.
Então, Neuro-Humanidades diz respeito a interfaces entre áreas “Neuro” e os campos de estudo como Filosofia, História, Sociologia, Antropologia, Letras, Literatura, etc. Portanto, trata-se de um campo “interdisciplinar”.

Neste campo, trabalhamos com algumas ideias básicas que nos orientam. Quais sejam:

1 - Para nós não existe processo ou evento humano que seja “a-histórico” ou “a-psicológico”, ou seja, não se pode desvencilhar qualquer campo do Conhecimento da História e da Psicologia. A história humana e a psique humana estão em qualquer processo humano. Afirma-se isso porque, eventualmente pensa-se que a Ciência (principalmente as assim denominadas Hard Sciences) seria algo que se faria por si, acumulando conhecimentos científicos, independentemente da história humana e da psique humana, sem depender de outros fatores que não seus próprios parâmetros.

2- Também em Neuro-Humanidades colocamos que não temos, nem a única, nem a última palavra sobre qualquer coisa. Os diversos campos de Conhecimento podem usar os mesmos termos para significar coisas diferentes dentro de linguagem e contextos próprios da cada um desses campos. Deve-se situar o contexto e outros fatores dentro dos quais se esteja inserindo determinado termo ou conceito.

3- Além disso, frisamos que não temos todas as respostas. Se ao fim de determinado estudo chegarmos a formular alguma pergunta, já pode ser um avanço em nosso estudo. O filósofo Henri Bergson dizia que quando formularmos nossos próprios problemas, seremos livres. Ele quis dizer que, em geral, somos educados para trazer soluções a problemas que já nos chegaram com esse título, “problema”, e já assim estruturados. Precisaríamos aprender a verificar se realmente se trata de um problema, e estruturar a configuração do problema. Assim também as perguntas. Ao se estudar algum assunto, não necessariamente deve-se chegar a todas as respostas, mas eventualmente descobrir ou propor caminhos.

4- Em Neuro-Humanidades interessam-nos mais os vínculos, as ligações, os processos entre as coisas, do que as próprias coisas. Mais os processos do que os fatos. Em nossa cultura temos forte influência do Positivismo do século XIX. A ciência positivista baseia-se na constatação de fatos e que esses fatos seriam indiscutíveis e que se caminha de comprovação em comprovação crescente na acumulação de conhecimento. Mas, a formação atual do Conhecimento, principalmente do Conhecimento Médico vem a partir da Medicina Baseada em Evidências, evidências essas que não são necessariamente fatos, mas decorrências de estudos diversos associados a Bioestatística e Epidemiologia. Na interface de Neuro e Humanidades o foco mais nos processos do que nos fatos procura estudar elementos menos visualizados nos estudos habituais.

5- Finalmente, a “linguagem”. Para nós a linguagem é fundamental, não só a linguagem verbal, mas todas as formas de linguagem. No entanto, a linguagem verbal assume importância singular, na medida em que com ela se constrói toda forma de Conhecimento, incluindo o conhecimento “Neuro”. A linguagem precede até mesmo a noção de conceituações neurológicas básicas. Antes vem a linguagem, depois vêm os conceitos. “o Ser Humano, a Linguagem, a Cultura” são três elementos associados desde o início de sua existência. Cada um desses três fatores está fortemente e indissoluvelmente ligado aos outros dois.  Comer, beber, dormir, procriar são atividades básicas das diferentes espécies animais; mas no ser humano cada um desses fatores está sempre marcado pela Cultura, por elementos culturais; a Cultura que é fruto da convivência comunitária de seres humanos desde os primórdios em que se possa referir a “ser humano”. A conceituação de “ser humano” sempre implica em “comunidade”, de onde provém “a cultura”. Associada a ambos está a “linguagem”.
Assim, a linguagem é a principal ferramenta, mas também pode ser obstáculo ao Conhecimento. Sua capacidade, suas possibilidades são também seus limites.
Para ilustrar isso podemos lembrar uma passagem de Thomas Kuhn em sua coletânea póstuma “Depois da Estrutura”. Ele, que tinha formação como físico, ao estudar Aristóteles, achou estranho o conceito aristotélico de “movimento”. Em primeiro momento achou que Aristóteles nada entendia de Física. Mas depois ele veio a entender que “movimento” para Aristóteles tinha outro sentido: para ele, por exemplo, a metamorfose na natureza, de larva em borboleta, era um “movimento”. Ou seja, a ideia de movimento englobava também formas de transformação. A partir daí, Kuhn passou a respeitar Aristóteles e esse foi um dos elementos que o levaram a configurar sua ideia de “incomensurabilidade de paradigmas”, na medida em que eles usem diferentes linguagens e métodos.
Outro aspecto sobre a linguagem diz respeito à importância da metáfora para o Conhecimento. A metáfora permite a passagem de palavras entre diferentes campos do Conhecimento, mas com sentidos associados, não exatamente os mesmos de seu campo de origem. Podemos pensar, por exemplo, nas diversas passagens da palavra “célula” desde sua origem como “pequena cela” quando vista pela primeira vez pelo microscópio por Robert Hooke, que associou o que via a “pequenos cômodos”, ou “pequenas celas” que chamou então de células. Daí para diante esse termo percorre diversos campos do Conhecimento e mesmo da linguagem coloquial.

Tendo visto esta introdução a respeito de alguns conceitos básicos para os estudos em Neuro-Humanidades, passemos então a falar da Medicina Narrativa como uma prática interdisciplinar na área da Saúde.

Ao falarmos de “Interdisciplinaridade” devemos entender esse termo. Ele costuma ser estudado com os termos Multidisciplinaridade e Transdisciplinaridade. Multidisciplinaridade é uma associação de disciplinas que segue um modelo que se iniciou com Aristóteles, embora ele mesmo não usasse esse termo. Essa é uma conceituação que surge no século XX, a respeito do Conhecimento no sentido amplo do termo. Na Multidisciplinaridade cada disciplina fica com seu método e sua linguagem, havendo apenas algum contato entre disciplinas. É o modelo tradicional, convencional da maioria das escolas. Já a Interdisciplinaridade implica em uma permuta de linguagens e métodos. A Transdisciplinaridade não é um degrau acima de Multi e Interdisciplinaridade. A Transdisciplinaridade transversaliza as outras duas formas de associação de disciplinas, de modo que trabalha mais com uma espécie de metalinguagem e de “metamétodo”; na Transdisciplinaridade a Cultura, ou a “Culturalidade” sempre é levada em consideração.

Visto isso, afirmar que a Medicina Narrativa é uma área interdisciplinar implica em que favorece a permuta de linguagens e métodos entre diferentes áreas do Conhecimento ligadas à saúde. Ao falarmos área da Saúde também podemos ampliar essa designação para saúde/doença, na medida em que ambas têm sua fundamentação de forma mútua, embora não sejam exatamente equivalentes em sentido oposto mutuamente.  

A ideia de saúde/doença surgiu para o ser humano a partir da constituição do próprio “ser humano”, naqueles primórdios já referidos, em que se tem Ser Humano, Linguagem e Cultura surgindo associados. Dessa forma, a percepção de “sofrimento e dor” passou a ser algo presente a partir do momento em que se tem “Ser Humano no Mundo”. Pode-se eventualmente alegar que os animais também sofrem; o que é certo. Mas, mesmo esta conceituação vem do ser humano que pensa a esse respeito. Assim a percepção e elaboração de alguma coisa que passa a ser nomeada como “sofrimento ou dor” é algo próprio do ser humano. “Nomear” é algo próprio do ser humano, como já foi determinado a Adão no Gênesis que nomeasse todos os animais (usamos este exemplo simbólico sem querer-se referir a quaisquer formas de crença). Esse atributo verbal é bastante próprio do ser humano. Assim também no binômio saúde/doença.
Frisamos que sempre ensinamos que “não existem doenças, existem doentes”. Isso significa que doenças são resultado da abstração médica a partir de sinais e sintomas. Sinais e sintomas similares podem significar uma doença em um século e outra doença em outro, porque ambas são construídas a partir do contexto histórico presente de cada uma.
Assim como o ser humano “nomeia” com sua linguagem verbal, mas também a partir da percepção de outras linguagens, ele discorre verbalmente a respeito dos eventos que o cercam. Usualmente e inicialmente a partir de noções de espaço e de tempo. Sempre o ser humano narra sucessivamente e comparativamente os eventos de sua vida e de sua comunidade desde os tempos primordiais. Assim se constituíram as narrativas. Entre elas, as narrativas das doenças. Talvez, paradoxalmente, as narrativas de doenças tenham precedido as narrativas de saúde, já que na medicina as doenças são abstrações. No entanto, em tempos primordiais as “doenças-narrativas” tinham certos significados dentro do mundo cotidiano dos seres humanos de modo algo diferente da conceituação científica de doença.

Deixemos este debate para outra oportunidade. Agora comentemos um pouco sobre Medicina Narrativa.
O termo Medicina Narrativa foi criado pela Profa. Dra. Rita Charon, professora de Medicina na Columbia University em Nova York, no ano 2000. A criação desse termo veio após longa vivência como médica e professora, bem como a partir de contato com área da Literatura, onde fez Doutorado. No ano de 2009 ela teve aprovado o programa de Mestrado em Medicina Narrativa na mesma Universidade.