terça-feira, 20 de novembro de 2012

Neurodiscurso do fenômeno humano - parte 2



Teilhard de Chardin tinha um discurso bastante próprio em torno de seus estudos, de modo que criou neologismos e expressões específicas para designar seus conceitos.
Em suas ideias sobre a Evolução, Chardin achava que todo o processo evolutivo ocorria em torno da Vida, no sentido de fenômeno presente na cadeia evolutiva dos seres vivos.
Chardin estabeleceu o que chamou de “Lei da Cefalização” ou da “Cerebralização” onde ele refere que:
“Em qualquer grupo animal, na evolução, o Sistema Nervoso cresce, com o tempo, em volume e em ordenação e se concentra na região anterior, cefálica...”
Chardin acentua o papel da “consciência”, ou ainda da “auto-consciência” como fator singular e diferenciador do “ser humano”, ou ainda da “espécie humana” em relação às outras espécies.
Ele também considera como “Ascensão de Consciência” ou “Conscientização” o processo pelo qual a Consciência “se faz” de maneira correlata à Complexidade material crescente do Sistema Nervoso.
Chardin estabelece também três termos: hominização, antropização e humanização.
Ele denomina “Hominização” ao processo relativo à “capacidade de reflexão” do ser humano, onde “a Consciência se dobra sobre si mesma”, ou seja, o ser humano passa a “saber que sabe”.
Correlaciona “Hominização elementar” ao que ele também chama de “Passo da Reflexão”, como sendo uma forma de procurar determinar o ponto de inflexão da passagem da vida animal não reflexiva à vida humana reflexiva, e assim configurando o próprio aparecimento e desenvolvimento do “Fenômeno Humano”.
“Antropização” é o termo que ele utiliza para referir-se aos caracteres somáticos e traços corporais que preparam e acompanham a Hominização.
“Humanização”, para Chardin, diz respeito ao processo e ao esforço do ser humano realizar-se sobre si mesmo. Da “Humanização Elementar” derivaria a humanização em geral, com as intenções humanas penetrando o Universo. Assim, enquanto a “Hominização” diria respeito mais à “especiação”, ou seja, à constituição da espécie humana, a humanização já seria correlacionada ao processo propriamente cultural.
Voltando à questão da Evolução que, para Chardin se dá em torno da Vida como fenômeno, também podemos assinalar que ele acha que o processo evolutivo biológico se dá “em torno do neuroeixo”, ou seja, o Sistema Nervoso “conduz” o sentido da própria Evolução.  



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